domingo, 14 de junho de 2009

Vicky e Cassandra - Capítulo I



Personagens:

Vitima: Vicky – Loira, cabelo curto, magra, baixa, gira, olhos castanhos.
Antes: Alegre, animada, forte, sensível, apaixonada pela vida
Depois: Depressiva, emotiva, sem força de vontade, desmotivada.

Agressora: Cassandra – Morena, cabelo comprido encaracolado, olhos verdes, estatura média, magra, sedutora.
Antes: Simpática (para quem quer), manipuladora, decidida, control freak, aparentemente forte mas no fundo, fraca.
Durante: mais controladora, mais agressiva, aparentemente mais confiante, moody.

Amiga: Ângela – Amiga da Vicky


Vicky sempre gostou de navegar na Internet, assim como Cassandra.
Uma noite em que a chuva se fazia ouvir, Vicky decidiu ficar em casa com a sua amiga Ângela em vez de irem ao cinema. Acabaram por andar a ver perfis de raparigas num desses sites do conhecimento comum.
– Olha esta! – diz Vicky, - Parece-me interessante! O nosso perfil coincide em algumas coisas e ainda por cima é gira!! Vou mandar-lhe uma mensagem.
No dia seguinte, Cassandra responde-lhe à mensagem e, após trocarem umas quantas marcaram um encontro para essa mesma noite.
Vicky e Cassandra encontraram-se pela primeira vez no Purex. Após trocarem algumas palavras, Vicky tem a sensação de que Cassandra vai ser uma pessoa importante na vida dela. Depressa se sentem dominadas por uma atracção inexplicável. Pouco tempo depois, conduzidas pelo desejo, Cassandra tem confiança suficiente para tomar a iniciativa de beijar Vicky. O desenrolar da noite faz a atracção que ambas sentiram desabrochar para uma paixão intensa e ardente. Começaram a sair mais vezes, de um modo mais intenso e, o que no inicio parecia ser só paixão, foi evoluindo, tornando-se em algo mais profundo.
Em poucas semanas de convivência intensiva, começaram a pensar num futuro juntas, não imaginado os seus dias uma sem a outra. Tudo estava perfeito – alegres, sorridentes, as suas gargalhadas eram constantes – enfim, ambas estavam felizes. Ambas tinham defeitos mas eram dificeis de apontar.
O primeiro conflito, a primeira forte discordância de opiniões, surgiu passados dois meses, mas não foi caso de alarme… afinal de contas os casais discutem e é “normal”.
Os amigos de Vicky começam a notar uma certa ausência e decidem convidá-la para uma saída. Vicky e Cassandra tinham-se perdido no mundo uma da outra e isso levou-as a um certo isolamento dos amigos habituais, mas ambas achavam que era normal e preferiam sempre estar as duas juntas. Além disso, Cassandra estava sempre a dizer que está sempre presente e disponível para Vicky, e sendo que ela é a prioridade número 1 da sua vida esperava obter uma certa reciprocidade nesse aspecto.
Vicky pondera a hipótese de sair com os amigos mas, talvez por se sentir inconscientemente pressionada pelas palavras fortes de Cassandra, optou por pensar numa desculpa e rejeitar o convite.

sábado, 13 de junho de 2009

Vicky e Cassandra - Capítulo II

Estavam a namorar já fazia 6 meses. As discussões tinham-se tornado mais frequentes, por vezes até por razões inexplicáveis e, os argumentos começavam a escassear.
Cassandra revela-se cada vez mais opressora e parece sentir-se mais confiante sempre que rebaixa a namorada.
Vicky começa a notar que tem de pensar duas vezes antes de falar, que tem de ser muito flexível para ter um dia livre de discussões. A rapariga que outrora se sentira uma pessoa feliz e realizada, começa a sentir necessidade de estar com os amigos. Por um lado, isso parece uma tarefa difícil – fazer Cassandra compreender que Vicky pode encontrar nos amigos algo que não possa encontrar nela. Vicky começa a pensar que deve ser uma rapariga muito difícil e exigente para a sua namorada pois, segundo Cassandra, está sempre a fazer coisas erradas e todas as discussões são culpa dela. Vicky está no auge da sua sensibilidade e sente-se cada vez mais frágil, insegura e sozinha. Cassandra aproveita a fraqueza da companheira para manter a postura dominante da relação até que, numa discussão e na escassez de argumentos, Cassandra agride Vicky, arrependendo-se imediatamente. A agressora, repleta de remorsos e sentimentos de culpa, pede desculpa a Vicky, dizendo que nunca mais volta a acontecer algo assim, e justifica-se afirmando que só o fez uma vez que Vicky consegue levá-la ao extremo dos seus nervos.
Vicky, que infelizmente só consegue encontrar-se com os amigos brevemente, sem cessar a troca de sms com a namorada e, muitas vezes, chegando ao ponto de se encontrar às escondidas, começa evidentemente a ter necessidade de falar com alguém sobre os seus problemas.
Vicky vai falar com uma das suas amigas mais próximas, Ângela, que ouve atenta a sua história. Estupefacta, pergunta-lhe o que é que ela faz numa relação assim, como é que deixou as coisas chegarem a este ponto, e aconselhou-a a acabar com a relação o mais rápido possível, pois gosta demaisiado dela para a ver sofrer nas mãos de alguém que, definitivamente, não a merece.
Vicky diz a Ângela que gosta da Cassandra, que o que aconteceu foi apenas pontual, uma vez sem exemplo, justifica-se dizendo que não é uma pessoa fácil e que deve ter, de facto, irritado Cassandra.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Vicky e Cassandra - Capítulo III


As semanas seguintes foram mais leves, as discussões ocorreram com menos frequência, pôde notar-se mais envolvimento de ambas as partes, uma na outra, e parecia que finalmente tinham conseguido ultrapassar as discussões e da agressão. Vicky pensava que até fora bom terem discutido pois agora estava tudo como ela queria, julgava ela, pois habituou-se à relação que tinha e já raramente notava as privações que lhe tinham sido impostas por Cassandra. Os amigos de Vicky avivavam-lhe a memória sempre que a convidavam para uma saída ou um jantar ao qual Vicky só comparecia se levasse Cassandra.
Ao fim de três semanas Cassandra volta a discutir com Vicky achando-se novamente dona da razão e completamente certa do que diz, fazendo com que Vicky pense que é a única culpada pelos problemas da relação. Vicky pede desculpa pelas coisas de que está a ser acusada e assim se evitou continuar com a discussão. Mas Vicky, apesar de estar confusa, sabe que no fundo não devia ter pedido desculpa pois não considera que tenha sido responsável pelas coisas pelas quais foi acusada.
Viria aí uma nova fase de discussões e Vicky sentia isso a aproximar-se visto o espaço de tempo entre cada discussão estar a ser cada vez mais curto. Telefona a Ângela e diz que não sabe o que fazer, sente que está a perder Cassandra, que está constantemente a ser acusada de estragar a sua relação e que chegou a um ponto em que ela já não sabe o que fazer, já não tem a mesma espontaneidade, já não sorri com a mesma frequência…sente-se perdida de toda a gente e até de si mesma…
Ângela diz mais uma vez para Vicky sair dessa relação pois não lhe está a trazer nada de positivo. Diz que Cassandra gosta de jogar com Vicky, gosta de sentir que a domina, controla e que ela é única e exclusivamente dela pela pior maneira possível, a privação quando devia ser pelo sentimento e vontade mutua. Ângela confronta a amiga com o facto de a namorada estar a viver a sua vida e a dela.
glorybogz e nana

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Vicky e Cassandra - Capítulo IV

Vicky fica a pensar no que a amiga disse e decide tomar uma posição. Nunca mais vai pedir desculpa por algo que não sente que fez apenas para parar com a discussão e, se nada melhorar assim, vai sair da relação.
Na semana seguinte as coisas foram mais leves pois Cassandra esteve fora do país e esteve super atenciosa para Vicky, ligava-lhe todos os dias, todas as suas palavras eram doces, e em nada parecia ser a Cassandra com que Vicky costumava partilhar os seus dias.
Quando Cassandra volta, Vicky vai espera-la ao aeroporto, está felicíssima por ver a Cassandra e quer saber se realmente ela está tão diferente como aparenta ao telefone.
Vão almoçar e decidem passear pela praia à tarde. Realmente tudo parece estar diferente outra vez.
Vicky convida Cassandra para passar a noite em sua casa e assim foi, foram as duas para casa.
Na manha seguinte, Vicky acorda e Cassandra não está a seu lado. Vicky pensa: - Oh, nem acredito, está tudo tão calmo e diferente…o que é que se terá passado para tudo isto ficar assim? Aposto que me está a fazer o pequeno-almoço...
Quando chega a sala depara-se com Cassandra sentada no sofá com um ar muito sério e até carrancudo. Vicky pergunta o que é que se passa e Cassandra pergunta: - De quem são estes cigarros que estão no teu cinzeiro?
- São da Ângela, como te disse ela esteve cá há dois dias, veio ver um filme comigo.
- Aí são?! Então e também me queres explicar a mensagem que tens no teu telemóvel?
- Arm… qual mensagem? – Pergunta Vicky já de certa forma assustada com o tom que Cassandra está a impor ao diálogo.
- A mensagem dum número que não está nos teus contactos…a que diz que foi bom ter estado comigo como já não estava há muito tempo!! – Dizendo isto, Cassandra levanta-se e vai para a frente de Vicky com um ar de quem já não esta a gostar da conversa e que quer a resposta JÁ!
Vicky explica que foi uma mensagem da Ângela, de outro telemóvel pois não tem saldo, a dizer que gostou de estar comigo a ver o filme pois já não nos encontrávamos há algum tempo.
Cassandra não acredita e irritada com a situação agarra no braço de Vicky, aperta-o com força e grita-lhe para ela lhe dizer a verdade.
Vicky começa a ficar nervosa e gagueja quando lhe diz que essa é a verdade.
Cassandra não acredita e continua a gritar com Vicky para lhe dizer a verdade e torna-se cada vez mais agressiva começando a abana-la.
Vicky acaba por começar a chorar dizendo que essa é a verdade e que não quer que Cassandra desconfie dela, que pode perguntar a Ângela.
Cassandra largou Vicky e com tom ameaçador diz-lhe: - É bom que eu nunca descubra nada em que me tenhas enganado…
glorybogz e nana

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Vicky e Cassandra - Capítulo V



Vicky, assustadíssima com a cena dessa manhã, vai conversar com Ângela.
Ângela diz a Vicky que a namorada é completamente louca e que ela devia pensar seriamente em acabar com a relação se quer sair dela ilesa.
Vicky arrasta esta situação há 1 ano. Sente-se triste, sem energia, tem constantemente vontade de chorar mas, sempre que pensa em Cassandra pensa nas coisas boas que viveram e que tudo o que Cassandra faz, é para melhorar a sua relação e para fazer de Vicky uma boa namorada.
As cenas repetem-se durante mais um mês e meio até que um dia, Cassandra diz a Vicky que vai sair com os seus amigos e que se veriam no dia seguite. Vicky aproveita e vai sair também com os amigos dela quando, no meio do Bairro Alto, Ângela aponta para um casal aos beijos e pergunta a Vicky: - Olha lá, aquela não é a Cassandra?!?!
Vicky não queria acreditar no que estava a ver, a sua namorada, controladora, opressora, agressiva, e que dizia que não suportava mentiras, estava envolvida na maior mentira de sempre. Vicky decide não dizer nada a Cassandra nessa noite, vai para casa e confrontará Cassandra no dia seguinte.
Assim foi, no dia seguinte, Cassandra chega a casa de Vicky extremamente contente. Mal chega, agarra a namorada tentando dar-lhe um beijo de bom dia mas, Vicky vira a cara e diz:
- Temos que falar Cassandra.
Cassandra olha para Vicky com um ar irónico e pergunta lhe: - O que foi bebé?
Vicky confronta-a com o facto de Ângela lhe ter contado que a viu com outra rapariga no Bairro Alto a noite passada e que estavam a assumir uma postura bem mais próxima do que simplesmente amigas.
Cassandra ri-se ironicamente e diz: - Eu nunca gostei dessa tua amiguinha, está sempre a fazer tudo para nos separar, cá para mim, ainda gosta é te ti!! É Obvio que eu não estive com ninguém ontem… Eu fui sair com o Jorge e o Carlos! Em quem é que acreditas mais? Não me vais dizer que é nessa tua amiga pois não Vicky?!
glorybogz e nana

terça-feira, 9 de junho de 2009

Vicky e Cassandra - Capítulo VI



Vicky diz que não acredita na história e que confia inteiramente na sua amiga Ângela. Cassandra muda a expressão, começa a notar-se o olhar louco, os olhos arregalados e muito brilhantes, a expressão cerrada como quem concentra a sua força, ligeiramente mais vermelha, começa deixar notar a agressividade sair. Vicky, que havia combinado telefonar a Ângela se algo corresse mal quando confrontasse a namorada, começa a marcar o número da amiga no telemóvel. Cassandra chega-se ao pé de Vicky e empurra- -a contra a parede pondo-lhe a mão no pescoço. Diz lhe gritando: - Então Vicky, porque é que não acreditas em mim? Eu não estive sempre presente quando precisaste? Não és a minha prioridade? Alguma vez te enganei?? Então porque é que não acreditas em mim?
Vicky tenta-se defender e morde o braço de Cassandra que, por sua vez, consegue agarrar outra vez Vicky e desta vez para lhe bater. Cassandra por cima de Vicky empurra-a constantemente para bater no chão. Vicky começa a implorar para que Cassandra pare e nisto, ouve-se a campainha.
Cassandra levanta-se, vai em direcção a porta e diz para Vicky: - Não sei quem é, talvez um dos teus engates, ah ah, mas tu, recompõe-te e não saias daí! Nós duas ainda temos muito que falar…
Quando abre a porta, para seu espanto, vê dois polícias e Ângela.
O polícia pergunta a Cassandra se está tudo bem e Cassandra responde que sim, que está apenas a ter uma pequena discussão com a namorada.
O polícia pergunta se pode entrar e Cassandra sem saber bem o que fazer pois encontra--se sem reacção, acaba por deixar os polícias entrar.
Quando os polícias olham para Vicky, percebem que não se tratava apenas duma discussão e Ângela corre para o lado de Vicky e diz-lhe: como estás? Muito magoada? Pensa que agora tudo se resolveu e estarás livre deste pesadelo! Ela vai ter o que merece!
Quando os polícias reparam, Cassandra já não estava na casa de Vicky…tinha fugido.
Os polícias perguntam se Vicky queria apresentar queixa e ela respondeu que não.
Até hoje, Vicky nunca mais teve qualquer contacto com Cassandra, podem ver-se ocasionalmente mas tanto uma como outra evitam trocar palavras. O que é certo é que Cassandra continua por aí, livre e, sabe-se lá quantas mais raparigas poderá magoar e quantas terão a força de sair duma relação que não tem como base o respeito mas sim a violência. Vicky errou por não fazer queixa pois assim nunca terá a certeza que Cassandra não voltará a magoar outras pessoas.


glorybogz e nana

domingo, 7 de junho de 2009

Momento

Já alguém pensou no que é o momento?
Que o momento presente não passa duma fase de transição entre o passado e o futuro?
É difícil definir o momento presente mas já repararam que esse mesmo momento presente pode mudar todo um futuro?
Por vezes estruturamos ou idealizamos todo um momento e quando realmente esse mesmo momento chega, tudo o que pensamos, idealizamos ou estruturamos simplesmente transforma-se e temos que reinventar um novo momento. Para quê idealizar e tentar controlar o momento se já sabemos que tudo será inesperado? Que nunca temos o controlo total de uma situação? Que nunca depende tudo de nós?
É engraçado pensar que por vezes um simples gesto no momento mudará o nosso futuro.
Penso que não devemos estruturar o momento, devemos apenas ter uma leve noção do que fazer e estar abertos a imprevistos e obstáculos que nos possam tentar desviar do nosso objectivo mas, tentar mantê-lo pois trata-se de uma escolha pensada e essas, muitas das vezes, são as mais acertadas pois se agirmos sem nunca pensar, chegamos a um ponto em que não sabemos exactamente o que estamos a fazer e não digo que seja bom saber sempre o que se está a fazer mas, sabe bem ter os pés acentes na terra ou se preferirem, no momento em que a nossa vida se encontra.
Se preparássemos tudo ou soubéssemos tudo com antecipação, que piada tinham as surpresas da vida? E se só tivéssemos surpresas nas coisas boas porque sabíamos de avanço as más, deixaríamos de dar valor ao que temos pois saberíamos sempre quando esperar o mal… A piada da vida é a surpresa do momento é viver na efemeridade do mesmo e mantermo-nos nele, não nos deixar-mos arrastar pelo passado ou ambicionar pelo futuro.
glory.bogz